Ushuaia: o fim do mundo – 2015

Ushuaia e Tierra del Fuego… no Fim do Mundo – 27 a 30/01/2015

Descrever o Fim do Mundo não é uma tarefa fácil. Ushuaia é assim conhecida por ser a cidade mais austral do planeta.

Talvez, dizer que andamos 140km de carro na cidade e arredores e tiramos 1200 fotos ajude a fazer compreender…a cidade é um cartão postal olhando de todos os ângulos.

Picos nevados da cordilheira dos Andes circundam a cidade. O mar emoldura a parte sul. Um porto com cruzeiros chegando e saindo diariamente. Restaurantes ótimos, paisagens estonteantes pelos parques próximos da cidade, enfim, daqui saímos com a cabeça, o coração e os cartões de memória cheios de boas recordações.

Para chegar até lá, percorremos exatos 4.444km de Caxias do Sul ao pórtico da cidade. No primeiro dia (digo dia porque chegamos as 21:00h e ainda estava bem claro , já que o sol se põe às 22:45h nessa época) o tempo estava fechado, com chuviscos. Nos outros 2 dias inteiros e na terceira manhã por lá, céu claro…e do nada começava a garoar sem mais nem menos. É a cidade das 4 estações em um só dia, como disse um dos pilotos no Aeroclube que visitamos.

Embora o friozinho seja constante, mesmo no verão, acaba dando à cidade um charme especial. Nos dias em que ficamos fez de 7 a 15 graus, mas o vento constante derruba a sensação térmica. E nos passeios em lugares abertos ou altos e, principalmente nos passeios de barco, a temperatura vai lá pra baixo. Tem que se agasalhar muito bem. E segundo as notícias essa semana foi a mais quente dos últimos anos em Ushuaia.

A Rua San Martin é a mais movimentada da cidade e é nela que ficam a maioria das lojas e restaurantes.

Tínhamos lido sobre La Cantina de Freddy, restaurante que serve a famosa Centolla, (espécie de caranguejo gigante que só existe nessa região), resolvemos arriscar. As recomendações era para que fosse feito reserva previamente, mas como não tínhamos como fazer isso, resolvemos ir direto. O restaurante abre as 19h e chegamos logo depois. Já estava cheio e com fila de espera. Conseguimos entrar só as 21h. Mas valeu a pena a espera, já que comer aquele bicho estranho e saboroso foi uma das coisas mais exóticas que fizemos até aqui…

A Centolla é preparada no vapor levemente salgada. Pode ser servida inteira, que ai se escolhe o bichinho vivo numa espécie de aquário/vitrine que fica na frente do restaurante para quem quiser ver, aí ela é pesada na sua frente e levada para o preparo. Ela volta a mesa acompanhada de tesouras que são usadas para cortar a casca que é bem dura e retira-se o miolinho para degustar. A carne é bem branca lembra peixe, mas tem um sabor peculiar. Pode-se pedir também pratos a base de Centolla, aí tem pratos variados.

Recomendamos também o Restaurante Casimiro Biguá. Comida de qualidade, muito saborosa e ótimo atendimento.

Há várias opções de passeios na cidade, de barco, de avião (AR$ 950,00/meia hora), cavalo, trem, caminhadas, museus etc…

Escolhemos os melhores em custo/benefício.

O passeio de barco não tinha como deixar de fazer, então, encontramos um, da empresa Rumbo Sur, mais completo e mais em conta que os demais que olhamos (AR$ 750 pelo passeio + 15 taxa de embarque/pessoa). Esse faz um trajeto de 6h, passando por todos os lugares que tem para conhecer por mar, próximos a Ushuaia: Canal de Beagle, Isla de Los Pájaros (Ilha com Pássaros da espécie Cormorões, mesma família dos pelicanos), Isla de Los Lobos (Ilha com Leões Marinhos), Faro Les Eclaireurs (Farol do Fim do Mundo), Puerto Willians (cidade militar chilena que só se tem acesso por avião ou barco) e Isla Martillo onde se encontra uma colônia de Pinguins de Magalhães, que era o nosso principal objetivo.

É preciso ter cuidado ao comprar os passeios porque na primeira agência que passamos tentaram nos vender um passeio dizendo que ia até a colônia de pinguins, mas na verdade ia somente até a Ilha dos Pássaros, por serem do mesmo tamanho e cor dos pinguins fica bem fácil de confundir.

Outro lugar imperdível é o Parque Nacional Tierra Del Fuego. É nesse parque que está a Estação do Trem do Fim do Mundo. Acabamos não fazendo o passeio com o trem porque de carro pudemos percorrer o parque inteiro, inclusive o caminho que o trem faz. No inverno o passeio com ele deve ser lindo.

Visitamos o Lago Roca, a Bahia Lapataia e a Bahia Ensenada. Todos esses lugares com paisagens lindíssimas que rendem muitas fotos.

Na cidade ainda tem alguns Museus que podem ser visitados. Fomos no Museu do Presídio (AR$ 150/pessoa), tem a opção de áudio-guia (AR$ 50/pessoa) ou o guia incluso no pacote em horários determinados. Fizemos o passeio por conta recorrendo as celas que contam a história do presídio e também um pouco sobre a cidade.

Além de tudo que descrevi acima, a água de toda cidade é potável , tanto que perto do pórtico da cidade tem uma “cachoeirinha” de água límpida que desce direto da montanha e que pode ser tomada “direto da bica”…heheh

Segundo o Tiago, o tipo de turismo que a gente faz é o do “Aventureiro Sedentário”: não costumamos fazer trekking, cavalgadas e afins. Por outro lado, exploramos qualquer picada em que pudermos chegar próximos com o carro e vamos a muitos lugares fora do turismo mainstream. Coisa que a autonomia de estar de carro proporciona.

Pra quem vai conhecer a cidade, 3 noites fica de bom tamanho se você seguir nessa linha. Se quiser fazer trekkings pelo Parque Nacional ou algo assim…adicione mais um ou 2 dias. A cidade é o tipo do lugar que todo mundo deveria visitar pelo menos uma vez na vida.

Nos despedimos hoje cedo, rumo a Punta Arenas, no Chile, para seguir até Torres del Paine. E segue a viagem…