Uyuni – A Imensidão de Sal
De Potosí, partimos para o Salar de Uyuni, um dos pontos altos da viagem. São cerca de 200 km, que na época estavam em obras de pavimentação (em 2012 a estrada foi entregue). No caminho, casas de barro, pequenos salares, llamas, alpacas e muitas montanhas.
4 horas de estrada depois, lá estávamos, avistando da altura aquele imenso deserto branco.
Uma das portas de entrada para o Salar é a cidade de mesmo nome. Uyuni tem cerca de 11 mil habitantes e segue o padrão boliviano: calma, simples e marrom. Mas a cidadezinha tem um grande diferencial: ser emoldurada por 12 mil quilômetros quadrados de sal.
Uyuni é o ponto de partida para as expedições que levam a conhecer o Salar. Como estávamos de carro próprio (4×4) conseguimos fazer tudo por conta, sem precisar do auxilio das agências que atuam na cidade.
Escolhemos uma época em que o salar não estava alagado e a paisagem fica de um branco que parece cegar. Nos meses de abril, maio, outubro e novembro, não faz tanto frio e a tendência é que o Salar esteja seco. Como fomos em outubro, foi justamente o que encontramos: salar branquinho e um frio “suportável”.
No verão, de dezembro a março, época das chuvas, o salar fica com uma camada de água acumulada e quem o visita encontra o chão parecendo um espelho, refletindo o céu e tudo que estiver no horizonte. Nesse caso, mesmo com um 4×4, não seria nada recomendável andar sozinho por lá, já que sem conhecimento suficiente do terreno há grandes chances de se perder. Nessa época o frio alcança temperaturas negativas durante a noite.
Ao se aproximar da cidade, lá do alto já se avista os telhados metalizados das casas e o branco que circunda o local.
CEMITÉRIO DE TRENS
A primeira parada antes de partir rumo ao Salar é o Cemitério de Trens, que fica alguns quilômetros ao sul de Uyuni.
O local foi no passado um importante cruzamento de ferrovias, utilizada para o transporte de minérios. Com a desativação da ferrovia pelo declínio do progresso e pela grande oposição sofrida pelos indígenas Aymarás, que viam a ferrovia como uma ameaça, os vagões ficaram abandonados e sofreram toda a degradação do tempo.
HOTEL DE SAL
Como chegamos a Uyuni a tarde, deixamos para entrar no salar somente na manhã seguinte. Não queríamos passar a noite perdidos por lá…
A opção de hospedagem não poderia ser outra, se não o pitoresco Hotel de Sal Luna Salada, que fica em Colchani, na principal entrada para a imensidão branca.
O hotel é surreal. É simplesmente TODO construído com blocos de sal, desde as paredes até a mobília. Sim, as camas, os criado-mudos, os sofás, os pilares, as paredes, o balcão da recepção, o chão, tudo de sal. O hotel é extremamente aconchegante, as atendendentes de uma simplicidade e cuidado conosco sem igual. As refeições impecáveis. E o melhor é que oferece vista para o Salar, com um por do sol inacreditável.
O SALAR
Localizado a sudoeste da Bolívia na Província de Potosí, e a uma altitude de 3650 metros acima do nível do mar, o Salar de Uyuni é considerada a maior planície salgada da terra com aproximadamente 12.000 km2.
O solo é formado por 11 camadas com espessuras que variam de 2 a 10m e podem atingir a profundidade de 120m.
Acredita-se que há cerca de 80 milhões de anos, na sua origem, tenha estado um braço de mar do Pacífico que posteriormente tenha se transformado em um lago. Com a evaporação das águas, formou-se a maior planície de sal do mundo.
O Salar também constitui uma das maiores reservas do mundo de Lítio, (minério usado para fabricar desde remédios a baterias de celulares…). É composto também de Potássio, Boro e Magnésio.
O possível interesse na exploração de lítio gera preocupação quanto ao futuro da singular paisagem do Salar, em caso de instalação de unidades de exploração. Então, se pensa em conhecê-lo em seu estado natural, vá logo!
Hoje ele é utilizado como fonte de extração de aproximadamente 25.000 toneladas/ano de sal o que significa fonte de emprego e renda (embora as pessoas trabalhem em condições inadequadas e a renda seja, digamos, irrisória).
Um lugar que só é entendido completamente estando lá. Em meio aquela imensidão branca, onde o que se vê é somente sal para o lado que olhar.
Mais uma vez é indispensável, óculos de sol, protetor solar, agasalho e uma proteção para a cabeça. O sol queima, o vento é gelado e o branco extremo da paisagem te cega.
Em vários lugares, lemos que não tem como se achar sozinhos por lá, que o GPS ia dar pau e que é tudo muito perigoso e blá blá blá. No fim da história, o GPS funcionou perfeitamente e com o salar seco, as “estradas” são visíveis (trilhos de marcas de pneus).
Essa foto foi parar no site da Mitsubishi 🙂 – Janela MundoMit
GPS E O EXÉRCITO BOLIVIANO
Falando no GPS, sem dúvida o fato mais pitoresco de todas as nossas viagens até hoje aconteceu em Uyuni.
Avistamos, ao longe, um caminhão do Exército Boliviano se aproximando, enquanto tirávamos algumas fotos brincando com a perspectiva infinita.
Primeiro pensamento: FERROU. ESTAMOS EM ÁREA PROIBIDA!!!
O caminhão foi se aproximando, e de repente 2 militares saltaram da cabine e vieram em nossa direção. MEDO!
E vem a pergunta, do militar motorista:
– Sabe me dizer qual é o caminho para Chuvica?
Após uma pausa para o riso contido…o Tiago parte até o carro para pegar o GPS e indicar para o Exército para que lado seguir. Siga reto, contorne a ilha e dirija 30km para o sul.
Dada a orientação, saíram com o caminhão buzinando e abanando para as meninas.
É a tecnologia brasileira salvando as operações militares na Bolívia (abraço, Evo).
ILHA INCAHUASI
Um dos poucos pontos com maior concentração de vida em meio ao Salar, entre eles se destacam os cactos gigantes que chegam a 10m de altura e a 600 anos de vida. É um pontinho escuro em meio à imensidão branca.
Fim do passeio, partimos em direção a Oruro e La Paz, tema do nosso próximo post.
Quem quiser saber mais sobre os trajetos, ou tiver qualquer dúvida, teremos prazer em ajudar! 🙂
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