Memphis – 2016
Rodamos mais de 1600km em dois dias, cruzando os estados de Ohio, com suas plantações de soja e milho, Kentucky, terra do KFC e das lavouras de tabaco e o Tennessee e suas muitas plantações de algodão enfeitando a beira da estrada.
A principal parada do dia: Memphis, a maior cidade do Tennessee. Memphis é uma cidade para os amantes da música, onde fica o Sun Studio, onde o Rock’n´roll nasceu e Graceland a casa do eterno Elvis Presley.
Memphis pode ser considerada a terra do Rei do Rock, Elvis Presley, que embora não tenha nascido ali, viveu dos 22 anos até a sua morte em 1977. E foi nessa cidade, em 1957 que no auge de seu sucesso Elvis adquiriu a mansão Graceland, onde também viveram seus pais, a mulher e a filha.
Hoje, patrimônio histórico dos EUA, a mansão é aberta à visitação, contando através de seus cômodos, a história do ídolo do rock. O interior é completamente preservado, com todos os móveis e decoração da época. Além das áreas temáticas onde está guardada toda a história musical, figurinos, e de cinema.
Ao chegar no local, um grande estacionamento (U$10), onde deixamos o carro e nos dirigimos até o local de venda de ingressos. Os preços variam de acordo com o que você optar por visitar. Nós escolhemos o ingresso que dava acesso à casa, o setor dos carros e também dos aviões. (U$47,50 – Graceland Platinum Tour + Airplanes Tour).
Depois da compra dos tickets, um microonibus nos levou até a casa que fica do outro lado da rua. Esses transportes ficam indo e vindo trazendo e levando visitantes. Ao pegar o ônibus você recebe um Ipad com um fone de ouvido que vai te guiar por toda a visita, contando a história do lugar (e por incrível que pareça, pela primeira vez, encontramos áudio em português).
Ao chegar em frente a mansão um guia dá as primeiras instruções, as portas da casa são abertas e inicia-se uma viagem, passando por todos os anos da vida de Elvis. O Ipad vai te guiando por cada um dos cômodos da casa. O acesso é liberado a todo o primeiro piso, o porão, ao escritório, à cocheira onde ficam os cavalos, o quintal, a piscina e ao jardim onde estão os túmulos de Elvis, dos pais e do irmão gêmeo que faleceu ainda durante o parto.
Ao entrar na casa, à esquerda, a sala de jantar, com a mesa posta com as louças do casamento de Elvis com Priscilla. Logo adiante a cozinha, bem moderna para a época, bem como os demais cômodos. À direita fica a sala de estar com um dos pianos de Elvis e mais ao fundo o quarto dos pais do cantor. Depois todos são direcionados ao porão, onde há uma sala de jogos, toda forrada com tecido, da parede ao teto, no áudio a explicação que conta ter levado 10 dias para a colocação do tecido plissado que cobre a sala toda. No áudio que acompanha a visita, todos os detalhes de cada local são disponibilizados, incluindo depoimentos do próprio Elvis e de Priscilla, ao ouvir as suas vozes, você é transportado para a época e estar dentro da casa do astro, ouvindo a voz dele, é emocionante.
O próximo cômodo a ser visitado é a sala de TV, onde há 3 televisores, um do lado do outro embutidos na parede. Os aparelhos foram instalados quando Elvis descobriu que o presidente Lyndon B. Jhonson (36º presidente dos EUA) assistia as três maiores redes de TV ao mesmo tempo, para se manter atualizado.
Na sequência, a Jungle Room, uma sala com decoração bem exótica, com móveis em madeira e estofados recobertos com peles fakes, uma cascata artificial e um carpete verde.
Sobe-se de volta ao primeiro piso e segue-se para fora da casa onde na parte de trás encontra-se o escritório onde toda parte burocrática da vida do cantor era resolvida e era lá também onde as cartas dos fãs eram respondidas.
Saindo do escritório já se está no quintal de onde se avista a cocheira onde até hoje tem cavalos por lá. Passando pelo quintal e seguindo um caminho cercado de plátanos, chega-se ao local onde é contada toda a história musical e de cinema vivida por Elvis, com todos os discos da carreira em ordem cronológica, prêmios recebidos, roupas….
Depois desta sala, outro ambiente com um barzinho, sofás, mais um piano, roupas exclusivas e mais discos.
E o último lugar a ser visitado é o jardim onde estão os túmulos de Elvis, dos pais, de uma irmã e um memorial ao irmão gêmeo.
Esse lugar é extremamente emocionante, estar diante do túmulo de um dos maiores ídolos da música, ter conhecido sua casa, ter ouvido sua voz, faz você se sentir mais próximo, como se a qualquer momento ele pudesse aparecer pra terminar de te contar a história da vida dele.
A morte de Elvis é relatada aos 44 anos, tendo como motivo um ataque cardíaco.
Depois disso tudo, ainda tem mais um tempinho para fotografar em frente à casa, então é só aguardar a chegada do próximo ônibus que vai te levar até o outro lado da rua onde está localizado o Museu com todos os badalados automóveis do cantor. Acoplado a esse espaço existe um Gift Shop com vários produtos personalizados a venda.
Ao sair do museu passamos por uma espécie de praça de alimentação e chegamos novamente ao setor de venda de ingressos, ponto de partida do passeio. Vale a parada na sorveteria Shake Split & Dip, ao entrar você é imediatamente transportado para os anos 50/60, a decoração é incrível, um cenário de romance de filmes antigos.
Adiante um pouco do setor de vendas de ingressos ainda se tem acesso ao local onde estão os dois aviões de Elvis, um maior e um jatinho, dá pra entrar em ambos.
O ingresso não é tão barato, mas vale cada centavo. O acervo é riquíssimo e você entrar na casa e na vida de Elvis Presley, não tem preço.
Deixando a lendária Graceland fomos passear por Memphis. A cidade é banhada pelo Rio Mississipi e faz divisa com o estado do Arkansas.
O centro de Memphis, mais especificamente a Rua Beale é abarrotada de barzinhos, lembra o estilo de Nashville com seus neons e música ao vivo, mas ao invés de Country é o Rock que impera na cidade.
Nessa rua uma simpática senhora de Oklahoma City nos parou para conversar. O marido deu uma resmungada querendo seguir caminho e ela não deu muita importância, dizendo que o que se leva da vida são as experiências. Nos perguntou várias coisas, de onde vínhamos, para onde íamos seguir…nos contou um pouco da sua jornada, tiramos uma foto juntos (nessa altura o marido já estava interagindo e gostando da conversa…kkk) e cada um seguiu seu caminho. Nunca mais a veremos provavelmente, mas sempre lembraremos de sua simpatia. Realmente, dessas coisas é feita a vida! Ela tinha razão!
Visitamos ainda um local historicamente importante, o Motel Lorraine, hoje transformado no National Civil Rights Museum (Movimento pelos Direitos Civis nos EUA) marco na igualdade racial), onde em 1968, no quarto 306, foi assassinado o pastor protestante e líder negro Martin Lutter King Jr. Não conseguimos entrar por causa do horário, já era final de tarde.
Passamos também pela fábrica da Gibson, a fábrica de guitarras que faz ainda hoje, artesanalmente, parte dos instrumentos. Para quem conseguir chegar no horário de visitação, existe um tour de 45min para conhecer o local.
A cidade ainda é sede do Sun Studio, onde Elvis, até então cantor de Blues, teria influenciado na origem do Rock´n’roll. Lá ele gravou uma faixa com ajustes feitos pelo fundador do Stúdio Sam Philips, que achou que ficava mais interessante gravar a banda de Western Swing com um pouco mais de eco e distorção, o que teria contribuído para o surgimento do Rock. No mesmo Studio gravaram Jerry Lewis, Carl Perkins, Johnny Cash…
Também não conseguimos entrar pelo horário, mas vale a dica pra quem quiser conhecer, é aberto à visitação.
A noitinha pegamos a estrada novamente, para mais 330km até Jackson, capital do Mississipi. Na bagagem boas lembranças, muita história e a vontade de voltar e ficar mais um pouquinho nessa cidade incrível!
Autor
thaisforcelini@gmail.com
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