México: Tudo Que Você Precisa Saber Para Visitar o País
A primeira impressão que tivemos ao chegar ao México foi que não importa o quanto você se planeje ou faça as coisas com antecedência, sempre vai acontecer algo diferente do esperado 🙂
Alugamos o carro através do site, Discovery Cars, com a Sixt, para retirada às 23h, já que nosso vôo chegava às 22:20h, na Cidade do México e a retirada seria no próprio aeroporto. Tudo demorou, aeroporto mal sinalizado, filas gigantescas, demora pra tudo, ninguém sabia orientar onde ficava o escritório da Sixt. Em resumo fomos descobrir que não tinha mais escritório da companhia no aeroporto, mas tivemos que ligar para eles pra descobrir (a importância de já ter chip de internet ativado), foram nos buscar e nos levaram até o escritório que ficava a 1km dali. Chegando lá, como já havia passado o horário de retirada e nós não tínhamos conseguido avisar do atraso, o atendente não conseguia mais achar nossa reserva. Com muito esforço, conseguiu encontrar a tal reserva, embora sem alguns seguros que havíamos contratado previamente, mas conseguimos finalizar e sair com o carro. Isso eram 1:30h da madrugada (escritório fica aberto 24h) o que seria às 4:30h da manhã do Brasil.
As cidades maiores pelas quais passamos nos deixaram boquiabertos com a limpeza e o cuidado e preservação dos prédios históricos e o mesmo vale para as cidades com denominação “Pueblos Mágicos” (um programa turístico desenvolvido pela Secretaria de Turismo do México e diversas instâncias governamentais que reconhecem as cidades ou povoados desse país pelo trabalho em proteger e guardar a sua riqueza cultural). Uma dica bem legal é montar um roteiro pelo México com base nos Pueblos Mágicos, selecionando as cidades com essa denominação, com certeza você passará por lugares incríveis.
Trânsito e como é dirigir no país: de documentação você só vai precisar da sua carteira de habilitação e nada mais. Sobre as estradas, tudo o que a gente havia lido falava que as estradas mexicanas eram muito boas. Concordamos em partes: a estrutura das autopistas é excelente e dá pra andar despreocupado em qualquer horário, inclusive a noite. Mas isso tem um preço, elas estão repletas de pedágios caríssimos. Dá pra calcular em torno de R$0,50 por quilômetro rodado. Isso sai mais caro que a gasolina. As estradas não pedagiadas que percorremos, na média, eram péssimas, esburacadas e mal sinalizadas, repletas de lombadas e passando por dentro de cidades, o que torna o percurso muito mais demorado e muitas delas com vendedores e pedintes pelo asfalto. Como os deslocamentos costumam ser longos e para percorrê-los por estradas não pedagiadas levaríamos o dobro do tempo, com menos segurança, acabamos optando por ir quase sempre pelas auto-pistas. Exceção fica em alguns pequenos trajetos como de Guadalajara a Tequila e dentro da Cidade do México. Em Yucatán, são poucos trechos pedagiados, e as estradas livres são boas.
O combustível
é um pouco mais barato que no Brasil (em torno de U$ 1,00 ao litro). Os mexicanos costumam correr bastante e não é muito aconselhável querer acompanhá-los. A Guarda Nacional está por toda a parte em camionetas cheias de soldados e fuzis (avistamos vários radares móveis e fixos). Mas como o limite de velocidade geralmente é 110km/h, é só se manter na linha, que ?no pasa nada?. Se você dirige no Brasil, vai saber dirigir no México, só traga um Gps e se prepare para pagar bastante pedágio.
Para rodar com mais praticidade compramos uma Tag da TeleVias para pagamento dos pedágios e íamos recarregando pelo aplicativo que a empresa disponibiliza. É uma tag pré-paga que custou $150 pesos. A única dificuldade que tivemos com ela foi que o aplicativo não está disponível na Play Store, e precisa dele para ativar e fazer as recargas. Aí descobrimos que tinha como baixar e instalar o aplicativo, ?por fora?da Play Store, no formato APK, pelo Google buscas mesmo. Resolvido o problema, facilitou muito nossa vida, pois foram tantos pedágios que iam faltar Pesos e troco pra pagar.
No México a cultura da propina (gorjeta) é forte, nos restaurantes o normal a se pagar é 15 a 20% sobre o valor consumido, conforme a sua escolha. E cada serviço prestado eles estão esperando receber gorjeta. Em Yucatán é mais pronunciado do que no restante do país.
Comida: tudo pica, pica muito ou pica poco, mas tudo é picoso.kkk?as comidas realmente levam bastante pimenta. Poucas coisas que provamos não eram apimentadas, mas você tem a opção de pedir sem ou com menos condimento. Mas é importante pensar nisso antes de provar qualquer coisa. Até alguns doces levam pimenta. Provamos doces de tamarindo, por exemplo, que tinham chili e sal no preparo. É estranho para o nosso paladar, e olha que gostamos de pimenta. Dizem as más línguas que mexicano coloca pimenta até na mamadeira das crianças, para se ter uma ideia de como funciona.
Mas acima de qualquer coisa, a culinária mexicana tem muito a oferecer e a ensinar?sabores diferente e preparação inusitadas de cada prato, mistura de ingredientes que não costumamos ver e pratos com nomes que você não imagina o que possa ser, é super comum nos cardápios. Então a recomendação é que se estude um pouco sobre, antes de qualquer viagem ao México. Ou em últimos casos recorra ao Google. Se tiverem interesse num apanhado dos principais pratos que encontramos por lá, por favor, nos deixe saber nos comentários que podemos fazer um post específico sobre a culinária.
Hoteis: costumamos usar nossos pontos do cartão para hospedagem. Em todas as outras viagens que havíamos feito ao exterior, utilizávamos a ALL (rede do Ibis, Novotel, e outros) e o Booking para pesquisar nas cidades onde a rede não estava presente. A partir dessa viagem começamos a utilizar também o IHG (Holiday Inn e Intercontinental). No México essa última opção encaixou perfeitamente pela quantidade de hotéis que a rede disponibiliza e pela ótima localização. Acabamos ficando mais de 80% das noites em hotéis da rede utilizando nossos pontos como ?noites grátis?. Para transferir os pontos da Livelo, por exemplo, o crédito no IHG ocorre de imediato. Enquanto para outros programas geralmente há uma demora de 4 a 5 dias.
Polícia: o que se lê sobre a polícia mexicana (opinião recorrente em livros, sites e boca a boca) é que é uma classe muito corrupta. Comprovamos em partes, e percebemos que em algumas regiões essa ação é mais pronunciada.
A polícia mexicana passou por uma reestruturação no atual governo, onde a denominação Polícia Federal (os famosos ?Federales?) mudou para Guarda Nacional. Eles estão por toda parte, em grande quantidade e fortemente armados. Nos pararam algumas vezes pelo caminho (nas autopistas) e não tivemos problemas com eles. Adotamos uma dica que lemos antes de viajar: deixar uma câmera no painel do carro filmando todo o trajeto (o que já tínhamos o costume de fazer nas nossas viagens) mas quando fossemos parados, antes do policial chegar no vidro, já a direcionávamos para que percebesse que estava sendo filmado. Funcionou super bem, quando fazíamos isso e o policial percebia, olhava para a câmera e a conversa automaticamente era a protocolar e nos mandavam seguir.
As polícias estaduais estão presentes, nas divisas estaduais e em algumas estradas fora das autopistas. Passamos por algumas delas, sem grandes menções a realizar.
A única experiência realmente ruim que tivemos foi em Cancún. Um policial local foi totalmente corrupto e deu pra ver que eles ficam caçando turistas para extorquir dinheiro. Em um cruzamento o sinal fechou e os carros continuaram, mesmo com o sinal vermelho, virando à esquerda. Seguimos o fluxo porque se não o fizéssemos, ficaríamos parados sozinhos no meio da via? e adivinha? Um policial numa moto nos parou a 50m dali e começou falar que iria nos multar porque não poderíamos ter feito aquilo, que colocamos a vida de pessoas em risco e bla bla bla. Insistimos que nos multasse então, para parar com a coisa toda. Ele ficou numa enrolação e dizendo que o carro seria recolhido, a multa seria absurda, teríamos que acompanhar até a delegacia, e de novo..bla bla bla. No final dessa prosa toda e na cara dura, nos pediu para que a coisa fosse resolvida entre nós, “como hombres”. Nos conduziu até uma rua lateral, extorquiu uma mixaria e nos mandou seguir. Acabou com o humor no dia. Mas pelos relatos que lemos, saiu barato e foi uma “autêntica experiência mexicana”.
Chip celular: um dos nossos planos de celular dava direito ao plano Vivo Travel, já incluso no pacote usual. Pensamos em utilizar dessa forma sem comprar um segundo chip. Acontece que até funciona, mas é ridiculamente lento, nas estradas não funciona e em resumo, precisamos comprar outro chip. Optamos pelo Telcel que é dos mesmos donos da Claro. Funcionou direitinho a viagem toda por um custo de R$100,00.
Custos: Calculamos uma média U$100,00 por dia, em dinheiro vivo por economizar na IOF e pela cotação favorecer. Temos sempre junto um cartão de crédito com bom limite e liberado para uso no exterior.
Vamos fazendo o câmbio aos poucos. Por exemplo, nessa viagem como a moeda americana foi baixando, optamos por usar cartão no final da viagem, o que fez com que sobrasse dólares no final. Vamos adaptando conforme a situação e de acordo com a variação da moeda.
Sempre saímos de casa só com as passagens aéreas e poucos hotéis reservados, o da chegada e do retorno e nos locais que por ventura tenha algo programado como show, jogo etc…
Carro já alugado com antecedência, mas o pagamento geralmente é feito no local com cartão, pois as empresas pedem uma caução.
Usamos os pontos do cartão a nosso favor, fazendo a troca por noites de hospedagem gratuitas, privilegiando parar em cidades que tenham as redes ALL e IHG, que são as que estamos utilizando no momento.
Os custos no México com o câmbio atual são um pouco mais caros que no Brasil, mas é um país bem mais acessível do que Estados Unidos, Europa ou Japão por ex.
Como organizar o roteiro: Tudo depende de como você irá se locomover no país. Se optar por carro alugado, o que dá mais flexibilidade ao roteiro, é preciso levar em consideração tempo de viagem e qualidade das estradas, nesse caso o Google Maps pode ajudar na organização por tempo de percurso.
As distâncias são grandes dependendo das regiões , mas se você optar por rodar pelas autoestradas as viagens rendem bem (e custam caro…kkk)
Muita gente aluga um carro em Cancún para percorrer a península de Yucatan somente, nesse caso as distancias são bem mais curtas e só tem dois trechos pedagiados (de Cancún a Mérida e de Mérida a Campeche).
Nós somos um tanto hiperativos (kkk) e percorremos 5 mil quilômetros em 20 dias. Passamos por Cidade do México, Tangamandapio, Guadalajara, Tlaquepaque, Tequila, Zihuatanejo, Acapulco, Orizaba, Villahermosa, Palenque, Chetumal, Tulum, Playa del Carmen, Cancún, Chichen Itzá, Mérida, Veracruz , Puebla, Teotihuacan…
Clima:
o México tem um clima bem variado dependendo da região, da época e da altitude. A Cidade do México por exemplo fica a 2240m de altitude, o que deixa o clima sempre mais friozinho pela manhã, aquece a tarde e esfria novamente a noite. Dessa forma pede sempre um casaco na mala.
A península de Yucatan, onde estão Cancún e Tulum, tem um clima mais tropical e faz calor o ano todo. Nas regiões de serra, como é de se esperar sempre faz mais frio, então pesquise as regiões que você pretende passar para entender como o clima se comporta no decorrer do ano.
E para finalizar, logo após o nosso retorno o governo mexicano começou a exigir visto para brasileiros ingressarem no país.
Se você chegar no país por ar, mar ou terra, será exigido o visto físico de turista no seu passaporte. Nesse caso, é necessário agendar o serviço no consulado mexicano mais próximo, sendo no Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília.
Como se trata de um visto de entrada única, se você gosta de viajar, talvez seja mais interessante e vantajoso, considerando custos e viabilidade, que seja feito direto o visto americano. O visto americano tem validade de 10 anos e seus portadores são dispensados da necessidade do mexicano pelo mesmo período.
Casos em que não é necessário fazer o Visto Mexicano:
Residentes permanentes no Canadá, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Irlanda do Norte, qualquer um dos países do espaço Schengen, da União Europeia ou da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru);
Pessoas com visto de turismo vigente do Canadá, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Irlanda do Norte ou qualquer país do Espaço Schengen.
Site do Governo Mexicano para agendamento do visto:
No site Melhores Destinos, nesse link você encontra um passo a passo completo para agendamento e preenchimento de formulário
Se ficou com alguma dúvida, por favor deixe nos comentários que a gente pode te ajudar.
Autor
thaisforcelini@gmail.com
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