New Orleans – 2016
Passando pelo Mississippi, estado onde a música mais uma vez tem destaque na tradição local, seja pelo Blues e seus tradicionais bares ou pelo Rock, por ter sido o Estado onde Elvis Presley nasceu e passou a sua infância. Não pudemos deixar de confirmar que o Mississippi é o estado menos desenvolvido dos EUA. A capital Jackson, onde paramos por uma noite, parecia uma cidade abandonada em plena sexta-feira. Mas a nossa intenção não era conhecer o Mississippi dessa vez, e sim chegar a New Orleans na Luisiana.
Luisiana é conhecido por seus intermináveis pântanos, onde estradas suspensas foram construídas para ligar um lugar a outro. Uma obra, diga-se de passagem, muito bem executada pelo nível de dificuldade. É muuuita água, por todos os lados.
Chegamos a New Orleans no meio da tarde a expectativa era enorme para chegar nessa cidade icônica.
Como de costume, reservamos no caminho o hotel onde ficaríamos por duas noites. Escolhemos um hotel longe do centro (como já comentamos algumas vezes, pelo preço ser bem mais em conta e pela facilidade de estar de carro). Ficamos num Days Inn por um preço muito bom, perto dos valores que tínhamos pesquisado em hotéis no centro ou próximo dele (U$ 150,00 por 2 diárias) sem contar que os hotéis mais centralizados não tinham estacionamento, que teríamos que pagar a parte.
Os estacionamentos em New Orleans não são baratos, como no resto do país. Em torno de U$25 por utilização. Na rua é permitido estacionar e tem parquímetro, mas próximo dos locais turísticos é praticamente impossível encontrar vagas.
O primeiro lugar que visitamos na cidade foi o bairro French Quarter, que é dividido em duas partes, o Upper French Quarter onde ficam as ruas mais famosas a Bourbon e a Royal St.
E a segunda parte que é o Lower French Quarter, que é uma porção mais residencial e abrange o famoso French Market, espécie de mercado público.
A Bourbon St, eu poderia definir como uma rua boêmia…..beeeem boêmia….kkk. É a rua mais agitada da cidade e é movimentada durante as 24h, mas é a noite que fica completamente lotada. São muitos bares, strip clubs, música ao vivo, bandinhas diferentes em cada esquina. É nessa rua que acontece o famoso Mardi Gras, o carnaval deles, onde colares de contas (os beads) são arremessados das sacadas para as meninas que passam pela rua. A brincadeira é conseguir o maior número de colares, e muitas pessoas fazem de tudo para “vencer”, então virou quase uma tradição as mulheres mostrarem os seios em troca dos colares. Fora da época do carnaval, até vimos colares sendo arremessados das sacadas, mas a mulheres estavam comportadas…kkk
A arquitetura de todo o bairro é linda e nos remete a muitos anos atrás. É como se alguns quarteirões tivessem parado no tempo e o resto da cidade tivesse se desenvolvido ao redor.
New Orleans é mundialmente famosa pelo legado cultural com claras influências da cultura francesa, espanhola e africana. A cidade é o berço do Jazz, além de ser a cidade natal de Louis Armstrong. Tudo é atração em New Orleans ou NOLA como é carinhosamente chamada.
A maioria das atrações está no French Quarter, aliás o bairro em si já é uma atração.
Caminhando pelo bairro um morador local nos contou sobre os filmes que Elvis Presley gravou naquelas ruas e nos mostrou uma das casas usada no filme e que se fosse fotografada hoje, no comecinho do dia, ficaria exatamente igual às imagens dos anos 50, tamanha a preservação do local.
Considerada a cidade mais mal assombrada do mundo, ao anoitecer, você pode ver grupos de turistas acompanhados de guias, ouvindo atentamente as histórias de assombração, espíritos, vampiros…etc Se quiser se aprofundar nessas histórias que se dizem reais, deixo o link desse blog que conta cada uma delas: http://praondevaiagora.com.br/nova-orleans-a-cidade-mais-mal-assombrada-do-mundo/
Pela cidade se encontra várias lojas de Voodoo, museu de Voodoo…o costume foi trazido pelos afro americanos e faz parte da cultura da Luisiana.
Ao redor da Jackson Square, que é cercada e fica fechada a noite, ficam espalhadas várias mesas com senhoras lendo a mão e tarô aos interessados, artistas expondo suas obras, vendendo artesanato…é um clima bem diferente…
A praça é inspirada na Peace des Voges, de Paris. Nas proximidades se destaca a Catedral St. Louis e suas três torres.
Na mesma rua tem uma loja bem legal dos famosos molhos apimentados da Tabasco.
A cidade tem excelentes opções gastronômicas, mais uma herança positiva da colonização europeia. Pode ser reconhecida pela gastronomia CAJUN – que se destaca pelo reaproveitamento de ingredientes e a CREOLE – pelo tempero e molhos sofisticados, apimentados e sabor marcante. Outra coisa a se provar são as variações de sanduíches PO’BOY – surgiu da junção de ingredientes servidos aos “garotos pobres”, de onde surgiu o nome.
Conhecemos o restaurante Pier 424, provamos uma massa da culinária Creole e aprovamos…realmente saborosa. O prato que se vê em todos os cardápios é o Jambalaya, não chegamos a provar, mas pelo que entendemos é uma espécie de risoto que leva frutos do mar, frango, linguiça e tempero apimentado, uma mistureba…kkkk
Outros lugares a se visitar no bairro, dentre a infinidade de opções de bares, restaurantes, lojinhas etc…é o Preservation Hall a casa mais tradicional, existe desde 1750 onde os músicos tocaram com veteranos como Louis Armstrong.
No 2º dia, fomos para a Oak Alley Plantation, uma fazenda que foi cenário do filme “Entrevista com o Vampiro” e que além disso preserva a história do tempo da escravidão e que merece um post à parte (o próximo).
Retornando a New Orleans e ao French Quarter, uma chuva forte nos obrigou a encontrar um lugar para nos abrigar, encontramos um Hard Rock por ali e já aproveitamos pra almoçar. Quando a chuva acalmou fomos até o French Market, lá se encontra de tudo, artesanato, comida, coisas estranhas tipo sopa de tartaruga e linguiça de jacaré…kkkk
É o mercado mais antigo dos EUA e está localizado entre o Rio Mississippi e a Rua Decantur. No comecinho do French Market está o Café Du Monde, de 1862 serve a especialidade da casa o Beignets (massa quadrada, frita em óleo vegetal e polvilhada com açúcar de confeiteiro), sempre abarrotado de gente.
Saindo do mercado fomos em direção ao Rio Mississippi, andar pelo calçadão denominado Woldenberg Riverfront Park. Logo adiante avistamos o Natches, uma embarcação do século 19 que faz passeios pelo Mississippi com duração de 2h durante o dia com direito a almoço e a noite tem uma banda tocando durante o passeio, o que o torna mais caro, obviamente. Não fomos porque teríamos que ir à noite e porque achamos caro 🙂 (U$72/pessoa).
Ainda pelo calçadão andamos até a Praça Jackson, e dali conseguimos boas fotos da praça com a Catedral ao fundo.
Caminhamos ainda por todas as ruazinhas do bairro que a cada esquina traz uma surpresa. Na Royal St, esquina com a Dumaine, tem um prediozinho muito bonito que aparece em várias fotos de divulgação do bairro. A não ser a Bourbon as outras ruas são bem mais tranquilas e é uma delícia caminhar por elas no final da tarde.
Entramos em mais algumas lojinhas, encontramos o legítimo Café Du Monde numa lata personalizada para levar pra casa de lembrança.
Passamos para pegar o carro e fomos conhecer o Garden District, bairro mais afastado. Se preferir, ou não estiver de carro, o bondinho mais antigo do mundo, conhecido como St. Charles Street Car te leva até lá por U$1,25.
Você vai saber que chegou ao bairro quando as casas em estilo colonial vitoriano te fizerem, mais uma vez, se sentir num cenário de filme do século passado. Duas residências muito bem preservadas podem ser vistas nesse bairro: a Casa St. Charles de 1850 e a Clairborne Cottage, de 1857.
Antes de deixar New Orleans, ainda assistimos a um jogo da NFL (futebol americano), que estava na primeira rodada. Compramos os ingressos com antecedência pois os estádios costumam lotar.
O jogo foi no Superdome, estádio coberto e climatizado para 75.000 pessoas sentadas.
Deixamos o carro a umas 4 quadras do estádio em um estacionamento pago (U$30).
Dica importante: não se pode entrar no estádio com bolsa, a menos que tenha de 4,5 a 6 polegadas (tamanho de uma carteira, aproximadamente), ou que seja de material transparente. Aprendemos isso voltando até o carro pra deixar a bolsa.
Nosso ingresso era para o lance superior de arquibancadas e mesmo assim, estando lá nas alturas, a visão do campo era perfeita. A inclinação das arquibancadas brigava com as leis da física, a impressão que dava era que se desse um passo à frente caia direto no meio do campo. É de dar vertigem em quem tem medo de altura (eu no caso…kkk).
O jogo era Saints (time da casa) X Oakland Raiders. O clima do jogo é muito legal, com os torcedores misturados, sem problema algum. Teve até record: um touchdown num passe de 98 jardas foi o mais longo dos Saints nos 50 anos de história da NFL.
Ao final do jogo o estádio lotado esvaziou em 5min e nós enfrentamos uma chuvarada até chegar ao carro.
Seguimos viagem, destino dessa vez seria Panama City Beach, no litoral oeste da Flórida. Atravessamos uma pontinha do Mississipi, o sul do Alabama e seguimos pelo litoral desde Pensacola/FL.
A bagagem cultural adquirida nessa cidade é algo impressionante e inesquecível…
Próximos posts: Oak Alley Plantation e depois Flórida.
Autor
thaisforcelini@gmail.com
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