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Potosí: a cidade que te deixa sem fôlego, literalmente!

Como dissemos no último post, nos obrigamos a sair de Tupiza à noite, para evitar um bloqueio da estrada na manhã seguinte. Assim, saímos de lá as 21:00h em direção a Potosí, 250km ao Norte.

Antes de sair, procuramos informações com os policiais e alguns outros motoristas que afirmavam categoricamente: “- Todo o caminho está asfaltado.”

Sendo assim…pé na tábua.

A surpresa veio menos de 30km depois de Tupiza. A estrada realmente estava asfaltada, mas vários trechos eram percorridos por desvios ao lado do asfalto, em meio a vegetação, em função de obras em galerias e cabeceiras de pontes. Isso fez com uma viagem que normalmente levaria algo em torno de 3 horas, levasse quase 5 horas!!!

Acho que não tem como descrever a sensação de dirigir sob os efeitos da altitude, a beira de precipícios, na madrugada, sem movimento de carros, em desvios precários. Em alguns lugares quase tivemos que parar o carro…e parecia que a qualquer instante ia saltar um bicho ou algum bandido do meio do mato. Terrível!

Mas, sãos e salvos…acabamos chegando a Potosí, à 1:30h da madrugada, por umas ruelas que passava um único carro, sem saber se estávamos na mão certa, sem sinalização alguma.

Bar 4.060 m.s.n.m. – Altitude média da cidade

A única coisa que conseguimos arrancar de um encabulado e madrugador como nós foi o nome de um Hotel que se localizava na parte central da cidade. E a chegada a esse hotel foi uma das histórias mais engraçadas da viagem toda. Vou tentar descrever a cena….

Já na chegada, ainda da rua, avistamos várias das janelas do hotel abertas, com as cortinas esvoaçantes. Estranho…tava um frio de rachar. Na entrada, dois cidadãos, um mais alto, outro bem baixinho cuidavam da recepção. Comiam um frango com alguma coisa que não conseguimos identificar o que era, em pratos plásticos, rodeados por uma “falta de decoração” que incluía umas mosquinhas voando ao redor de seus pratos, um cartaz de mulher pelada na parede e um balcão gosmento. Em condições normais, já era motivo para virar as costas e ir embora, mas não tínhamos outra opção àquela hora. Então, coragem, era só guardar o carro na garagem e subir para o quarto.

Ai começou a saga, um dos simpáticos recepcionistas ajudou a manobrar o carro que ficou a um centímetro do carro da frente e meio centímetro da porta da garagem que se fechou logo atrás do carro. Meeedo! Olhando em volta, tinha várias camionetes de valor bem maior que o da nossa…menos mal.

O próximo passo seria seguir uns dois andares acima até chegar aos quartos. O baixinho se ofereceu para carregar duas das malas mais pesadas, e quando se posicionou para carregá-las percebemos que as malas eram mais altas que ele…hahaha. Então, imagine o esforço que ele precisou fazer para erguê-las! Começando a subida, acredito que os efeitos da altitude o tenham afetado também, já que dava dois passos e parava. Nesse momento um ataque de riso nos atingiu e não tinha mais como parar de rir vendo aquela cena, e o que nos restava de força, se foi. Sentamos nos degraus por alguns minutos para nos recuperar, conseguir respirar e seguimos adiante. Já no quarto, agradecemos o esforço do moço e encostamos a porta para tentar descansar. Minutos depois adentra nosso quarto sem bater, quem? O baixinho, carregando um bolo com um emaranhado de toalhas que atirou em cima da cama. Levamos algum tempo para conseguir separá-las…hahah.

Para terminar, de manhã cedo, enquanto a Lais tomava banho, um estrondo, havia caído, inteira, a janela do banheiro. Na sequência, a Natália foi para o banho, e só o que ouvíamos eram risos: ela tomou banho frio e saiu rindo hahah. Nós dois (Thais e Tiago) nos demos bem, e tomamos banho quente e mais nada caiu, pelo menos.

Hotel San Antonio, em Potosí. Essa foi a sede dessa sequência de fatos históricos que rendeu bons ataques de riso!

Sentados descansando após de uma looonga caminhada de 3 ou 4 quadras. Sim, já estávamos sem ar!

Essa antiga cidade já foi uma das mais ricas do mundo. Mas já não lembra mais seus tempos áureos da extração de toneladas prata e outros minérios de suas minas. Prática essa que se estende por mais de 500 anos, desde a colonização espanhola. E ainda hoje, em condições longe das ideais, pessoas trabalham na mina Cerro Rico, pois é uma das poucas fontes de renda na cidade.

Potosí tem também o segundo estádio mais elevado do mundo, e é famoso pelo sofrimento que causa aos atletas que visitam a cidade. Potosí leva o título de patrimônio histórico pela UNESCO por ter preservado sua arquitetura colonial da época da colonização.

Nosso passeio pelo centro durou cerca de duas horinhas, e partimos, em seguida, pra Uyuni. Acabamos nem visitando a mina do Cerro Rico. Pelas fotos e relatos, nos pareceu meio deprimente…

Não teve como não nos atrapalharmos no trânsito muito bem organizado (#sqn), de padrão boliviano mesmo. Mais uma abastecida e o pedágio (isso mesmo) da foto abaixo…e #partiu Uyuni, cenário inesquecível que descreveremos no próximo post.

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Autor

thaisforcelini@gmail.com

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