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Shirakawa-go é um daqueles lugares que você sai de casa torcendo pra que chegue logo a hora de conhecer. Apesar de termos sofrido pra conseguir chegar até essa pequena aldeia japonesa os esforços foram compensados porque foi de encher os olhos.

Conseguimos ficar um único dia, mas prometemos voltar para poder pernoitar e conhecer cada cantinho desse lugar.

Vou contar o porquê da dificuldade em chegar até ela.

Pra começar, como a gente sempre viaja sem muitas reservas antecipadas, fomos procurar a passagem pra lá quando chegamos em Kanazawa, que era nossa base pra conhecer tanto Takayama quanto Shirakawa-go. A ideia era ir no dia seguinte, mas não tinha mais passagens de ônibus disponíveis na única empresa que fazia o trajeto. Então o jeito foi adaptar e ir no segundo dia. O detalhe é que conseguimos comprar a passagem só de ida de Kanazawa até Shirakawa-go. Na volta teríamos que ir na sorte e ver se conseguíamos vaga no último ônibus que saía da vila e ia até Takaoka que não tinha como comprar antecipadamente e não teria poltrona marcada, a entrada no ônibus era por ordem de chegada. Não podíamos atrasar pois precisávamos fechar o horário com o trem que partiria de Takaoka até Kanazawa.

Descemos no ponto de ônibus na entrada da vila e dali dá pra ir a pé conhecer a cidade toda, nada fica muito longe. E se perder pelas ruazinhas entre as casinhas centenárias é a melhor forma de conhecer o lugar.

A aldeia é conhecida por suas típicas casas em estilo gassho e por sua belíssima paisagem de montanhas e florestas, que representam 96% da área.

Essas tradicionais construções, que deram a Shirakawa-go o título de Patrimônio Cultural Mundial, têm telhado de palha de arroz em forma de triângulo, com inclinação de 60 graus para permitir que a neve pesada (que às vezes chega a quatro metros de espessura) deslize com mais facilidade da cobertura. As palhas são todas presas por amarrações em corda à estrutura de madeira das casas.

Em Shirakawa se tem a cultura do trabalho comunitário compartilhado e quando os telhados precisam ser trocados devido ao desgaste do tempo, mobiliza centenas de pessoas da região para que o trabalho seja feito de forma mais fácil. Não se usam pregos ou cimentos.

Há duas casas centenárias da vila – Wada House e Nagase House que podem ser visitadas. Não conseguimos entrar porque tínhamos muito pouco tempo, mas a estrutura das casas seguem quase sempre as mesmas regras.

As casas maiores têm entre quatro e cinco andares. Antigamente, o primeiro andar era onde viviam as famílias, o segundo andar era onde ficava o quarto dos funcionários, o terceiro era a área de trabalho, o quarto servia para armazenamento de comida para as épocas de muito frio e o último para criação de bicho da seda.

O primeiro lugar que visitamos ao chegar foi o Mirante de Shirakawa-go, que tem uma subida um tanto íngrime, mas nada muito desgastante. Caso prefira, tem ônibus no mesmo ponto de chegada, que levam até o topo por cerca de 200 ienes. Lá do alto se tem uma vista panorâmica e a mais bonita da cidade. Além de lojinha de souvenir e restaurante.

Depois de admirar aquela pintura de paisagem descemos e andamos tanto quanto deu por entre as casinhas. Na rua principal dá pra encontrar várias lojas de produtos locais/artesanais, restaurantes….

Andamos muito…até chegar o horário de pegar o ônibus de volta. Lembrando que não tínhamos poltrona marcada e o embarque era por ordem de chegada, rezando até o último segundo conseguimos as últimas vagas no ônibus e partimos de volta para Kanazawa.

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thaisforcelini@gmail.com

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